Mesmo ligada “ao mundo da moda”, área na qual desenvolveu uma sólida trajetória no Prêt-à-Poter, Bettina Saboia sempre demonstrou interesse pelas artes plásticas de modo geral e, em especifico, pelas esculturas, a começar por uma série de animais já elaborados a partir da manipulação de materiais de construção. Mais fiel ao volume do que aos “planos chapados”, talvez por uma influência de sua própria formação, a designer e estilista carioca voltou-se ao "universo artístisco" após um curso de fine arts em Florença, na Itália, e uma oficina na escola EAV Parque Lage (RJ) com a reconhecida artista plástica Iole de Freitas, experiência mais recente que mostrou-se determinante para o amadurecimento de seu conceito artístico. Na ocasião, em meados de 2011 e inteiramente focada no trabalho proposto, Bettina atingiu uma linha mais conceitual, desenvolveu algumas peças (já no formato atual) e obteve um positivo retorno – tendo uma obra adquirida pela curadora Cristina Bulamarqui. No entanto, diante das incertezas do ofício que se apontava, a artista acabou por não dar sequência trabalho, mesmo que este estivesse pronto para ser apresentado ao público, como veio a ocorrer no final de 2015. Neste caso, o longo período de hiato acabou por ser justificado com uma amadurecida primeira individual, realizada no Espaço Movimento Contemporâneo Brasileiro (EMCB - Rio de Janeiro).